" No final, é importante lembrar que não podemos nos tornar o que devemos ser se continuarmos sendo o que somos."
Max de Pree































terça-feira, 26 de agosto de 2014

"O acontecer do amor e da morte desmascaram nossa patética fragilidade."
Caio F.



APRESENTAÇÃO



Ao escrever-te
Sei que de mim
Nada sabes.
Sei ainda que bem pouco
Chegarás a saber.

Sou ser distante.
Ponte entre um passado parco,
Charco de orvalho,
Bolor que agasalho nos galhos do peito,
E um descaminho futuro
Que, embora falho,
Faço trilhar,
Nos trilheiros maduros de minha ilusão.

Quero apenas que leias meus versos
E saibas que existo.
E que não desprezes o tamanho nada que sou.

Sirva-te destes poemas em bandeja grosseira
E não use talher.
Versos precisam ser saboreados à mão.
E perdoa-me a inconseqüência
De buscar
No indizível chão do teu intelecto
A seiva eterna, infinda...
Para as raízes do meu coração.


NARA RÚBIA RIBEIRO

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"Existem pessoas que passam batido por tudo, sem esquentar com nada. E existem pessoas extremamente sensíveis que a tudo dão atenção, que se envolvem profundamente com o que lhes acontece, seja uma doença, seja uma paixão. No fundo, elas desejariam ser menos compenetradas, mais leves, porém, quando tentam, metem os pés pelas mãos, fazem besteira.
Por que? Porque é muito difícil mudar nossa própria natureza. É preciso aceitá-la e respeitá-la. E tentar ser feliz do jeito que se é. Muitas vezes dizemos “eu queria ser mais solta” ou “eu queria ser mais maluco”, pois tudo isso sugere uma certa modernidade, ao contrário da introspecção, do conservadorismo e de outros comportamentos que se desenvolvem mais para dentro do que para fora. Moderno é liberar. Careta é reter. E é tanta pressão para sermos menos claustrofóbicos com nossa própria vida que acabamos nos confundindo e não raro inventando um personagem que nada tem a ver com a gente. Ou se é naturalmente easy going, ou seja, alguém que se deixa levar pela vida, ou se faz parte do time dos conectados com as ansiedades, desejos e traumas. Eu sou assim, ligada na tomada. Sempre querendo encontrar uma razão pra tudo. Pessoas como eu sofrem mais. Se decepcionam mais. Por outro lado, crescemos. Evoluimos. Amadurecemos. Nada é estático em nossas vidas. Nada é à toa. Tudo ganha uma compreensão, tudo é degrau, tudo eleva. É ótimo ser relax, mas é preciso ter vocação. Não tendo, melhor aceitar que somos estressadinhos por natureza. Mas há suas compensações."

(Martha Medeiros)

domingo, 28 de outubro de 2012





Eu olhava para ele e pensava: não pode ser que seja meu. Era homem demais pra mim. Inclusive nos defeitos, demais. Na antipatia, no acanhamento, na mudez: demais. Eu tentava fazê-lo contar alguma coisa da sua vida, flashes da infância, extrair dele um pensamento, uma opinião, um segredo, mas ele não me entregava nada além do seu mistério.

Martha Medeiros - (Noite em Claro)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Meu ego romântico


"E o meu ego romântico e apaixonado se cala perante tanto egocentrismo, e me vejo absolutamente decidida a dexistir de tão eloquente sentimento que me devasta como uma maquina mortífera, E sobre o amor;? ah o amor, deste eu me nego aceitar, e sentir, depois de tantos destroços causados. Como uma noite fria e escura de inverno me prendo a uma solidão que aos poucos me acostumei. Pois recuso-me desde então a aceitar qualquer sentimento que me provoque dor."

(Ana Clara Pimentel)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Homenagem a um amigo novo





"Recentemente, a vida, tecelã de ternuras que é, preparou para mim uma das melhores surpresas: um amigo novo, (,,,) E o amigo novo chega na vida da gente e fica tão a vontade que tem hora que parece até amigo antigo, essa história do tempo do coração tantas vezes não ter nada a ver com o do calendário.  É como se os vinculos de afeto já existissem no vasto território da alma, antes de acontecerem, de fato. Amigo novo é primavera reinaugurada, não importa qual seja a nossa estação. A sua chegada nos faz lembrar outra vez que, por mais que o tempo passe, o amor não perde essa antiga mania de continuar a florir."
(Ana Jácomo)





"O amor desbasta o ego. Enxuga excessos. Delata as mínguas. Transforma as mágoas. Destrona arrogâncias e idealizações. Desmancha certezas e tece oportunidades. Bagunça a autoimagem todinha, piedade zero, culpa nenhuma. O amor percorre territórios devastados da alma com a calma necessária para reflorestar um a um. Dissolve neblinas. Revela o sol. Destece máscaras. Reinaugura a humildade. Faz ventar. Faz chorar. Faz sorrir. Faz tempestade um monte de vezes pra dizer também céu azul um monte de vezes depois.”
(AnaJácomo)